Heavenqueen é uma recentemente formada banda neerlandesa de metal gótico/sinfónico, que lançou, há uns dias, o seu segundo tema, também ele intitulado de Heavenqueen. Tendo em conta que estamos a falar de uma banda nova, é natural que tenhamos tido interesse imediato em conhecê-la melhor e ouvir aquilo que ela tem para nos oferecer. E a realidade é que é uma caixinha de surpresas.
Em primeiro lugar, é interessante notar que o título da cantiga é homónimo ao da banda. Parece querer demonstrar-nos uma ideia daquilo que os Heavenqueen pretendem cristalizar, musicalmente, e garantir o seu lugar e identidade própria. E surge também como demonstrativo do seu marco primordial na sua carreira. A letra e a musicalidade assumem uma ambiência de dominância e virtuosidade, que confere, desde logo, um ar bem triunfante ao tema de estreia da banda.
A música, em si, reflete excelentes elementos sonoros do nosso agrado. Desde uma ótima instrumentação metálica, a um vocal potente, que faz ressoar, com maior potência e vivacidade, o elemento lírico da canção, para não falar da ótima orquestração e dos cânticos femininos de fundo, que ilustram todo um ambiente verdadeiramente nobre e resplandecente. É, definitivamente, um tema a apreciar por fãs de metal sinfónico, por conjugar, harmoniosamente, uma musicalidade pujante e simultaneamente melódica e graciosa.
No entanto, nem tudo são rosas. Aquilo que nos pareceu como discordante na música foram os breves vocais guturais que surgem, principalmente no refrão. Genericamente, o nosso gosto pelos típicos contrastes vocais de "bela e o monstro", frequente em bandas deste estilo, tende a ser diminuto, e, infelizmente, os Heavenqueen não conseguiram fazer bom uso desse elemento na sua música. O que, genuinamente, poderia inclusive ser suprimido, uma vez que interrompe o fluxo harmónico da experiência auditiva; ou, até, poderem ser incorporados de outra maneira.
Naturalmente que não pretendemos que isto seja um desconsolo para a banda, mas antes, um retrucar construtivo para poderem, futuramente, capitalizar melhor aquilo que possuem a seu dispor, para as próximas vezes. Até porque a nossa opinião pode ser mais individualizada do que generalizada e é claro que não podemos gostar de tudo.
De qualquer forma, os Heavenqueen transmitem-nos uma mão-cheia de boas ideias e iniciativas musicais, que potencialmente se reverão num futuro promissor. Definitivamente, uma banda para continuarmos a seguir.
Ficha técnica
Data de lançamento: 7 de abril de 2023
Editora discográfica: KIV Records
Créditos:
Veronique Meeuwsen "La Vero" (vocalista, compositora, letrista e gravação dos vocais)
Dima Belf (baixista, teclista, vocalista gutural, programador de bateria, gravação e arranjos técnicos)
Liesbeth Dulcimer (vocalista de apoio e modelo fotográfico)
Igor Kiv (guitarrista de sessão e gravação)
Jesse Hooijmans (guitarrista original)
Raf Nijs (teclista original)
Rob Reijs (baterista original)
Ingmar Regeling (editor de vídeo)
Ton Dekkers (fotografia)
Gaby Verspagen (modelo fotográfico)
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