domingo, 5 de março de 2023

Crítica #5- Ed-El - Deprisión

O álbum de estreia dos Ed-El é caracterizado, principalmente, ou por longas faixas de um power metal recheado de imponência, sem nunca perder o seu lado melódico, ou pelas sentimentais e apaixonadas baladas de dedicação ao Senhor, já que estamos a falar de uma banda cristã.

Num ambicioso disco com pouco menos que uma hora de duração, os Ed-El colocam-se à prova através da sua instrumentação intricada e intensa, típica de um power metal mais tradicional, com uma pincelada mais moderna e polida, à conta da produção sonora mais sofisticada, a que temos acesso, hoje em dia. Esta instrumentação, técnica e potente, é coligada com um som de guitarra harmónico, que introduz o elemento instrumental mais canoro da música da banda. A isto, associam-se, também, os solos e as melodias suculentas que revestem o todo instrumental com uma sonoridade mais acessível, numa ponte entre o peso e agressividade, com a característica melódica de um power metal.

Além disto, não poderemos, de maneira nenhuma, descurar a presença do vocalista Javier Sandoval. Dono de uma voz melodiosa e com um adorável cantar em espanhol. Não só pelo facto de que metal em espanhol é sempre formidável, mas também por criar uma magnífica coesão sonora com a instrumentação da banda, de novo, potenciando o seu lado mais melódico e acessível. Javier também se destaca pela emoção dos seus vocais, principalmente em músicas mais tranquilas, ao estilo de baladas, como em Vencerás al Fin e Amor en la cruz.

De relevar, ainda a ilustração da capa do álbum, que se conjuga com a temática lírica da banda. "Deprisión", que significa "depressão" em espanhol, parece referir-se a um momento de crise na vida humana, que poderá ser amparado pela benevolência de Deus. De modo que se estabelece uma relação entre esperança pelo melhor que o futuro nos trará, com a fé cristã, como fonte de inspiração e de motivação para enfrentarmos o que mais de difícil a vida nos oferece. 

Esta é uma situação que se parece coadunar com a cena retratada na capa: de um homem, desolado e violentado, que, apesar de todos os dissabores por quais já passara, continua firmemente agarrado à vida, simbolizada numa porta que dará acesso a algo que não sabemos. Mas que, pela figuração do céu, parece vir a acompanhá-lo de serenidade e fortuna. Conforme o ditado popular, "depois da tempestade, vem a bonança".


Ficha técnica

Data de lançamento: 15 de janeiro de 2021

Editora discográfica: Independente

Faixas:

-Prisión (Intro) (0:35)

-Deprisión (5:42)

-El Regreso (5:37)

-Tú Eres Señor (5:19)

-Te Olvidaste (6:39)

-Muertos que Caminan (5:03)

-Guerra Espiritual (6:36)

-Vencerás al Fin (7:10)

-Perdóname (6:10)

-Anive (4:06)

-Amor en la Cruz (6:38)


Créditos:

Javier Sandoval (vocalista)

Ariel Rolón (guitarrista)

David Ortega (guitarrista)

Joel Espínola (baixista)

Fernando Espínola (baterista)


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