domingo, 16 de abril de 2023

Crítica #11 - Stillborn - Thy Feeble Soul

O único álbum de estúdio da banda maltesa Stillborn oferece-nos um metal gótico bem simples e tradicional, mas apaixonante. Com uma pegada ligeiramente influenciada por uma sonoridade doom, os Stillborn fazem ouvir a sua música através de uma conjugação de uma instrumentação melancólica e soturna, com ricas melodias de guitarra e de teclado, e com a excelente execução vocal de Diane Castillo.

A produção do álbum, cujos resultados poderão ter sido deliberados ou não, manifesta-se numa instrumentação um pouco rígida, quase rochosa, mas convenientemente captadora de uma sensação rústica e cavernosa e simultaneamente eutímica. Concebe uma sonoridade bem característica e agradável de um metal gótico com uma estética poética mediterrânea e quase medievalista - o que julgamos bem conveniente, dado o inspirador histórico da nação maltesa.

Esta composição instrumental é uberada com os emotivos vocais de Diane, que carregam consigo um sentimento bem vívido de amargura e com uma pronúncia inglesa bem própria, que contribui para gerar uma encantadora singularidade à sua interpretação lírica. Além disso, contamos também com a presença de um vocal masculino, que, felizmente e ao contrário de uma considerável porção de bandas de metal gótico, não faz uso de vocais guturais, mas antes, de um vocal imponente e ríspido, coadunante com todos os outros elementos da música e gerador de um verdadeiramente ótimo contraste vocal (ainda que só surja ocasionalmente).

Apesar de ser um lançamento promissor, o álbum não teve seguimento e os Stillborn separaram-se, eventualmente, ainda que tenham manifestado a sua vontade para um segundo álbum. Para todos os efeitos, Thy Feeble Soul constitui-se como uma bela cristalização do legado da banda maltesa e um verdadeiro clássico do metal gótico, a ser apreciado pelos fãs mais tradicionalistas do género.


Ficha técnica

Data de lançamento: 29 de agosto de 2007

Editora discográfica: Independente

Faixas:

-Thy Feeble Soul (7:36)

-Twisted Faith (7:58)

-Rites of Passage (6:54)

-Broken Circle (5:25)

-Silent Words (7:38)

-Cross of Fire (7:51)


Créditos:

Diane Castillo (vocalista)

Raphael Grech (guitarrista)

Mario Cassar (guitarrista)

Chris Grillo (baixista)

Jade Brincat (teclista)

Brendan Cutajar (baterista)


Estes músicos não faziam parte da banda à data do lançamento do álbum, mas são creditados como tendo participado no mesmo:

Julian Cardona (vocalista)

Jean-Paul Galea (baixista)

Robert Camilleri (teclista)

Clive Bonavia (baterista)


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