Originalmente, a banda tocava música na onda de um rock alternativo. Somente mais tarde começaram a enveredar pelo metal gótico, daí que algumas fontes inclusivamente refiram a data de formação da banda como tendo sido nesse momento, em 2008.
O homónimo disco dos Sonetos traz-nos um agradável e prazeroso metal sinfónico, à moda latino-americana. Não só pelo amável cantar em espanhol de Yoselyn, mas também por todo um conjunto de maneirismos musicais que convergem para criar uma sonoridade característica, que faz lembrar outros grandes nomes do género, e oriundos do mesmo contexto espacial, como Fortaleza ou Lago Gris. Além de ser uma região do globo particularmente demarcada pela abundância de bandas sobre as quais o nosso blogue se especializa, é também reputada pela qualidade da música que importa para o resto do mundo, para nosso deleite.
Os Sonetos trazem-nos uma instrumentação limpa e com alguns toques progressivos, em certas cantigas, sem nunca se deixar perder em excessos e mantendo sempre um ótimo balanço com a sonoridade global. As melodias sinfónicas são proeminentes ao longo do álbum, em momentos introdutórios ou transições instrumentais, constituindo uma coesa ambiência musical e demarcando o ritmo contínuo da música.
Juntamente com a adorável voz de Yoselyn, as sinfonias conjugam um elemento doce e cativante nas cantigas, que, ao mudarem de sonoridade com alguma frequência, vão sempre reavivando a experiência auditiva, ao longo do álbum, tornando-a mais rica. Esta conjunção sonora gera uma atmosfera que nos transfere um ambiente simultaneamente noturno e cómodo, constante ao longo do álbum.
Mas a banda revela também a sua proficiência fora do mundo do metal. O tema Sonetos, que tem um registo mais acústico e plenamente inspirado por música folclórica latino-americana, aparece-nos como uma excelente mudança de ritmo e de som e que evidencia a inquestionável genialidade dos integrantes da banda.
Ficha técnica
Data de lançamento: 31 de dezembro de 2019
Editora discográfica: Independente
Faixas:
-Luz (3:36)
-Destino (3:31)
-Escape Cibernético (3:31)
-Historias del Ayer (4:26)
-Trascendente (3:50)
-Sonetos (5:25)
-Tierra (6:43)
-El Faro de los Sueños (8:41)
-Mil Veces (5:56)
-Paz (10:00)
Créditos:
Yoselyn Reyes (vocalista)
Luis Rojas (guitarrista, mixagem e masterização)
Nicolás Escudero (baixista e ilustração da capa)
Claudio Bli (teclista)
Braian Cárdenas (baterista)
Gerhard Zenteno (baterista)
Cinthia Santibañez (vocais adicionais em Tierra)
Leonardo Cassane (mixagem e masterização de Tierra)
Nasson Corbalán (guitarrista, baixista, pianista, vocalista de apoio e programador)
Mario Torres (guitarrista)
Franco Lama (programador)
Carlos Hernández (baterista)
Ex-membros:
Jami Huovinen (baterista)
Timo Tolkki (guitarrista, baixista e teclista)
Hermaunt Folatre (baixista)
Discografia:
Chaos Magic (álbum, 2015)
Furyborn (álbum, 2019)
Desert Rose (EP, 2020)
Emerge (álbum, 2022)
O projeto também é conhecido como Caterina Nix and Chaos Magic, Caterina Nix featuring Chaos Magic, Chaos Magic featuring Caterina Nix e, inicialmente, era denominado de Caterina Nix featuring Timo Tolkki (quando o projeto era baseado no Chile e na Finlândia).
Recomendado para fãs de: Beyond the Black, Timo Tolkki's Avalon, Kälad, Anette Olzon, Sinheresy
Recentemente, os Kamelot abençoaram-nos com um novo disco, intitulado de The Awakening. Eventide foi a última faixa do álbum a ser lançada, antes da divulgação do álbum na íntegra, e, a nosso ver, carrega consigo a base da essência do novo álbum desta lendária banda.
Eventide demonstra-nos aquilo que parece ser um apuramento do trabalho dos Kamelot, em relação aos seus feitos anteriores com The Shadow Theory. Continuamos a escutar a instrumentação quase que mecanizada e brusca que caracterizou o referido álbum de 2018, mas de forma mais polida e bem conseguida. A banda retoma algumas das suas raízes instrumentais do antigamente, numa excelente coordenação entre o clássico e o moderno - casando o histórico legado dos Kamelot com uma nova linhagem criativa, que tem marcado o seu percurso artístico mais recente.
Ademais, temos uma recuperação de breves secções de vocais guturais, que também tinham apolvilhado TST, se bem que, agora, com mais alguma proeminência e liberdade de execução. E se, anteriormente, estavam a cargo da vocalista Lauren Hart (Once Human), agora, não temos mais ninguém a ser creditado nas funções vocais em Eventide, a não ser Tommy. Será esta uma aptidão secreta, até então desconhecida? É um mistério, mas aguardemos por novidades.
As secções sinfónicas são uma autêntica maravilha. Mais bombásticas e orquestrais em algumas secções, e mais ambientais noutras, contribuem para gerar um pomposo condimento que adoça a totalidade da experiência auditiva. É, também, por vezes copulada com alguns elementos mais eletrónicos, embora não estes sejam proeminentes.
A essência da música é transladada para a ilustração da capa. Se, por um lado, temos uma representação da vivacidade da música na serenidade que a figura feminina e a ave transmitem, por outro, as ondulações vermelhas e negras, com destaque para o retorcer destas últimas, demonstram a energia de presságio que a cantiga por vezes faz relevar. Tudo isto, num excelente quadro com um ótimo jogo de luzes e dimensões.
Numa excelente composição que assoma o ouvinte ao mais recente lançamento da banda, os Kamelot demonstram aos seus fãs que ainda terão muito para dar. Aproveitem para conferir o Awakening, já disponível em todas as plataformas do costume.
Olá a todos os nossos seguidores. Esperemos que estejam todos bem e em pleno conforto.
Nesta, que é publicação diferente das do costume, vimos disponibilizar um lançamento exclusivo da excelente banda nacional Old Wish, como um agradável miminho pela divulgação da banda na nossa página. É um grande privilégio, para nós, do Sinfonias Etéreas, podermos, aqui e agora, dar a conhecer ao nosso público, que tem um tão ótimo gosto musical como nós, um novo tema de uma banda pela qual temos infindável estima, e também um cheirinho daquilo que os Old Wish têm preparado, doravante, para nós.
Numa nota de agradecimento que nunca é grande o suficiente, o nosso muito obrigado a uma das mais fabulosas bandas nacionais, pela amabilidade e confiança.
Sem mais demoras, eis o novo lançamento, intitulado de E Agora?. Esperemos que gostam tanto quanto nós!
Apesar de recente, e, definitivamente, de ser o lançamento mais novo a ser comentado por nós, aqui, no contexto das nossas críticas de trabalhos de bandas em redor do mundo, o álbum de estreia dos Malignea é já uma obra histórica. Trata-se de um ilustre e fenomenal álbum de metal gótico/sinfónico, belamente adornado com as mais cativantes e tétricas melodias e iluminado pela maravilhosa voz da vocalista Isabel Cristina, num registo lírico cantado no nosso português. É uma surpresa e um enorme agrado ouvir as bandas a cantarem na sua língua nativa, ainda para mais, quando se trata de um idioma que nos é tão familiar e caseiro que torna toda a experiência auditiva ainda mais abastada e marcante para nós.
A competência estelar destes músicos é plenamente notável, do início ao fim deste álbum; estamos também a falar de músicos anteriormente ou atualmente envolvidos em outros dignos nomes do metal nacional, como Dogma, Insaniae e My Enchantment. E aqui, neste álbum de estreia, os cinco elementos da banda vêm a materializar, numa nova composição musical, a totalidade dos seus exímios génios criativos. Num disco em que todas as faixas (à exceção da primeira, introdutória) possuem acima de 7 minutos de duração, os Malignea demonstram-nos o quão aparentemente inesgotável é esta sua criatividade coletiva, sem nunca deixar cair a magnífica e opulenta qualidade que caracteriza o seu trabalho.
A instrumentação é límpida, sempre presente e adensada pelas orquestrações que acentuam a ambiência sonora da combinação harmónica das guitarras melódicas, do baixo pulsante e da bateria intrincada. Verificam-se, também, momentos de transição instrumental, para novas secções musicais, mas sempre numa lógica de continuidade sonora, assegurando-se uma progressão fluída e bastante agradável. Como se, dentro da mesma faixa, se fossem explorando novos universos sonoros que enriquecem, de forma deleitosa, o todo do conjunto instrumental, gerando, assim, uma bela eufonia que nos embala continuadamente, que não parece ter fim.
A atmosfera melodramática proporcionada pelas orquestrações surge como pano de fundo para a dramatização sonora protagonizada por Isabel. Como já referimos brevemente logo ao início, mas também como é nunca demais elogiar aquilo que melhor deve ser estimado, ocorre-nos reforçar que o seu desempenho vocal é absolutamente deslumbrante. Passando de registos vocais mais suaves e melancólicos, para outros, de maior abrasividade e ainda vocais mais numa onda quase operática, Isabel demonstra, com todo o esplendor, a sua inestimável versatilidade vocal. E é também pela sua magnífica e encantadora voz que se fazem representar alguns elementos sonoros e artísticos caracteristicamente portugueses.
Primeiramente, pela omnipresência de sílabas métricas, ao longo das canções, um aspeto elementar da poesia portuguesa. É uma autêntica lufada de ar fresco, não só ter um excelente metal sinfónico cantado em português, mas também tê-lo adornado com um dos mais ilustres elementos da nossa cultura literária, num exercício de revitalização extremamente bem concebido. E, além disso, de destacar o vasto vocabulário que constitui as histórias líricas que Isabel nos canta. É algo que nos fascina, ao evidenciar o quão rica, canora e apaixonante é a língua portuguesa, o que, enquanto bons patriotas que somos, nos alenta.
Destarte, os Malignea deixam-nos plenamente deslumbrados pela qualidade inigualável e absolutamente sublime do seu álbum. Definitivamente, uma das melhores, senão mesmo a melhor das descobertas que esta jornada internacionalista no blogue alguma vez nos proporcionou. Para os Malignea, as nossas mais solenes e genuínas congratulações pelo primoroso trabalho que criaram.
Num esplendoroso espetáculo musical ao vivo, os Epica unem forças com os finlandeses Apocalyptica, conhecidos pela sua música de metal sinfónico tocada através de violoncelos. O concerto onde a presente canção e o vídeo foram registados decorreu no AFAS Live, um pavilhão multi-usos, localizado em Amesterdão, também com a funcionalidade de recinto de concertos. Este fenomenal registo audiovisual aparece-nos como uma experiência sensorial fascinante, numa apresentação musical incrivelmente bem conseguida.
Acompanhada das melodias de violoncelo dos Apocalyptica, Simone traz-nos uma interpretação absolutamente sublime, como de costume, num canto simplesmente perfeito. Como se fizesse transcender, através da sua voz, toda uma história que ela mesma nos recita, com um grande fulgor emotivo e recheado de vivacidade. Com a sua belíssima e incomparável voz angelical, Simone embala-nos na sua melodia, reforçada pela instrumentação sinfónica no seu fundo e projetando o todo musical para um patamar de uma frondosa beleza e excelência. Não poderíamos esperar outra coisa desta maravilhosa cantora, apesar de que ela nunca cessa de nos deixar abesbílicos, pelos melhores motivos, pela divina qualidade e beleza do seu canto.
Numa transição sonora excelentemente calculada, a instrumentação metálica insurge, mais tarde, em pleno esplendor, numa musicalidade abrasiva, que se mescla com a atmosfera já pré-concebida pela instrumentação sinfónica. De modo que ambas se confluem muito bem, gerando uma agradável harmonia de fundo, em acompanhamento constante com o protagonismo do vocal. E eis que refrão se converte num autêntico hino que se parece fazer ressoar pela totalidade do recinto, assumindo uma máxima expressividade e força.
Visualmente, essa transição é ilustrada pela progressiva aparição dos outros integrantes da banda, em simultâneo com a iluminação latejante do recinto. É um jogo de luzes que quebra com o elemento quase que hipnótico que caracterizara a apresentação da banda, na primeira parte da música, introduzindo, com todo um esplendor visual, esta nova fase da canção.
Temos, assim, uma junção de energias de dois dos maiores ícones da história do heavy metal, que juntos trabalham para nos presentear com uma composição espetacular, uma verdadeira obra-prima representativa de toda a magnificência, beleza e criatividade que caracteriza o metal sinfónico.