domingo, 30 de abril de 2023

Crítica #14 - In Darkness I Dwell - In Darkness I Dwell

Apesar da sua aparentemente curta existência, a banda belga In Darkness I Dwell deixou-nos um legado musical bastante singular e interessante. É, definitivamente, algo que poderíamos considerar como uma das mais fiéis e acuradas representações sonoras do metal gótico, pois comporta todos os elementos que nos fariam orientar o nosso pensamento musical nessa onda: uma voz feminina soturna, coros vocais que fazem um excelente contraste entre o elemento masculino e feminino (sem precisar de recorrer desnecessariamente ao típico gutural intrusivo), uma instrumentação cunctatória e melancólica e elementos sinfónicos em proeminência. Não se trata, portanto, de uma obra com grandes e ambiciosas composições. É um trabalho bastante simples e que consegue ser perfeitamente cativante à sua maneira.

Não sabemos se terá sido deliberado ou não, mas sente-se que a produção sonora dos instrumentos soa relativamente distante e até quase submersa. E ainda que, em alguns casos, isto possa ser um aspeto frustrante, aqui, assume o efeito inverso - é, precisamente, um dos elementos mais característicos da música dos IDID e que mais abonam em seu favor. Assim, a instrumentação assume um cariz quase hipnótico e de pano de fundo para relevar a voz feminina.

Esta, por sua vez, pela sua natureza suave, mas cerrada, e até mesmo triste, eleva a qualidade da música exponencialmente. As palavras proferidas são facilmente percetíveis e adensadas pela tonalidade e sentimento genuíno do cantar, como se de uma vocalização de angústia, de confusão, insegurança, de medo ou perdão se tratasse. Ocasionalmente, este cantar é reforçado com alguns coros vocais.

Um aspeto bastante interessante que se nota no decorrer deste lançamento é a arregimentação das músicas, como se de uma peça de teatro se tratasse. A instrumentação, como cenário; os vocais, como a narração e as personagens; e os elementos sinfónicos, que realmente até se assemelham a algo presente numa representação de uma cena medieval ou teatral, como uma transição entre cenas. É frequente encontrarmos aqui certos momentos em que a música para por um instante, para depois recomeçar de seguida. É como se contasse uma história que, pelas letras que a compõem, parece ser algo bem individual, da qual se faz uma exteriorização por via da música.

Assim, neste breve lançamento, os IDID fazem evidenciar um metal gótico verdadeiramente tétrico e único. É uma excelente peça artística que, apesar da sua maior ou menor uniformização sonora, é também versátil e gustativa o suficiente para ser do agrado dos mais diversos fãs do género.


Ficha técnica

Data de lançamento: 16 de junho de 2006

Editora: Independente

Faixas:

-Dance with the Fool (4:39)

-Anything, Anymore, Anyway (4:10)

-Tranquilize (3:26)

-In Darkness I Dwell (4:00)

-Fade to Grey (regravação dos Visage) (2:50)

 

Circle Unbroken

Banda: Circle Unbroken

Género: Metal Gótico (com influências progressivas)

Localidade: Zelzate, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2014-2019


Membros:

Marieke Bresseleers (vocalista)

Kevin De Brauwer (guitarrista)

Boudewijn Willems (guitarrista)

Vincent De Laat (baixista)

Franky De Mangelaere (teclista)

Kjell De Raes (baterista)


Ex-membros:

Gert De Groot (guitarrista)

Matthias "Matths" Jacobs (guitarrista)

Regret Muter (baixista)

Rutger Meert (baixista)

Martial "Marty" Bonnetain (baterista)


Discografia:

Portrait (single, 2016)

Vincere (álbum, 2016)



Recomendado para fãs de: Elvellon, Faderay, Lyriel, Angelwings, Fountain of Tears

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sábado, 29 de abril de 2023

Lançamento da semana #13 - False Memories - The Storm Inside

Numa formidável apresentação daquilo que será parte do seu próximo álbum, a banda italiana False Memories não só nos presenteia com uma excelente composição musical, mas também com a louvável presença de Anette Olzon neste seu novo tema. Trata-se, portanto, de um desempenho verdadeiramente ambicioso, que eleva o legado artístico da banda para um novo patamar de eminência.

O dueto entre Rossella, vocalista dos False Memories, e Anette não poderia ter redundado em algo melhor. A voz de Rossella constitui um dos mais notáveis elementos identitários da música da banda, por ser caracteristicamente melodiosa e munida de um forte e apaixonante sentimento de emoção melancólica, de saudade e de fragilidade humana. É uma voz belíssima, que carrega consigo uma tamanha expressividade musicalmente prazerosa. Também de exaltar a versatilidade vocal de Anette, neste contexto, ao adaptar-se lindamente ao fluxo e à identidade da banda, mas sem nunca deixar de lado a especialidade da sua voz, que se revela como uma agradável companhia.

A instrumentação é também, toda ela, um aspeto elementar da música da banda - enraizada no metal gótico, com toques mais modernos e progressivos, e com a proeminência de uma atmosfera e uma estética futurista, vê-se, agora, mais técnica e mais pujante. Operando como permanente acompanhadora e propulsionadora dos vocais, a instrumentação contribui para constituir um agradável aglomerado musical, que se traduz, no final, numa auspiciosa e viciante experiência auditiva.

Em consonância com a parte musical, o tema também se apresenta digno de consideração pelo vídeo que a complementa. O ambiente urbano e tecnologicamente avançado coaduna-se com a vertente sonora mais modernizada da cantiga, enquanto que o seu aspeto abandonado e até mesmo desolador, vem de encontro ao elemento mais melancólico e soturno da música. Aglomera-se tudo isto numa realização artística ambiciosa, que belamente se revelou de grande qualidade.

Com base nisso, não nos faltam as ótimas expetativas para o vindouro álbum dos False Memories, Hybrid Ego System, a lançar a 9 de junho. Assim, a banda revela que, embora se mantenha fortemente fiel à sua tradicional musicalidade, nunca deixa de lado opções mais arriscadas e verdadeiramente interessantes, que resultam numa consistente revitalização dos seus desempenhos criativos.


Ficha técnica

Data de lançamento: 20 de abril de 2023

Editora discográfica: Frontiers Music Srl

Créditos:

Rossella Moscatello (vocalista, compositora e letrista)

Francesco Savino (guitarrista, compositor, letrista e produtor)

Moreno Palmisano (guitarrista)

Davide Tavecchia (baixista, gravação, mixagem, masterização e engenharia de som)

Emanuele Cossu (baterista)

Anette Olzon (vocalista convidada)

Alex Bufalo (direção de vídeo e efeitos especiais)

Aida Huqi (direção de vídeo)

 

False Memories

Banda: False Memories

Género: Metal Gótico

Localidade: Milão, Itália 🇮🇹

Período em atividade: 2015-presente


Membros:

Rossella Moscatello (vocalista)

Francesco Savino (guitarrista e teclista)

Frank Campese (guitarrista)

Davide Tavecchia (baixista)

Emanuele Cossu (baterista)


Ex-membros:

Moreno Palmisano (guitarrista)

Gianluca Zaffino (baixista)

Giovanni Cattaneo (baterista)


Discografia:

False Memories (EP, 2016)

Chimerical (álbum, 2018)

The Last Night of Fall (álbum, 2021)

Echoes of a Reflection (EP, 2021)

Live Until the Twilight (álbum ao vivo, 2022)

Hybrid Ego System (álbum, 2023)


O álbum Chimerical foi regravado em 2019, com Rossella nos vocais.


Recomendado para fãs de: October Changes, Domina Noctis, Enemy Inside, Unsun, Lacuna Coil

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October Changes

Banda: October Changes

Género: Metal Gótico, Metal gótico com elementos de música eletrónica

Localidade: Heist-op-den-Berg, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2018-presente


Membros:

Lhana (vocalista)

Luk Michels (guitarrista)

Bert Lempens (guitarrista)

Wesley Marivoet (baterista)


Ex-membros:

Wendy Van Craen (vocalista)

Sven Luypaert (baixista)


Discografia:

The Puppet Factory (single, 2019)

Decay of Sleeping Beauty (single, 2020)

The Dark Paradise (single, 2020)

The Salcido Story (single, 2021)

Medusa (single, 2021)

Sleeping Beauty (demo version) (single, 2023)

Shutter (demo version) (single, 2023)

Freak (demo version) (single, 2023)

 

 

Recomendado para fãs de: False Memories, Elleanore, Elyose, Signs of Tranquility, Elysion, Beseech

Ligações externas: Página oficial, Facebook, Youtube, Spotify

 

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Angeli di Pietra

Banda: Angeli di Pietra

Género: Power Metal (com influências de folk metal)

Localidade: Antuérpia, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2002-2016


Membros:

Sjoera Roggeman (vocalista)

Matthieu Van den Brande (vocalista)

Gaël Sortino (guitarrista)

Quevin Smeyers (guitarrista)

Kurt Hermans (baixista e vocalista de apoio)

Sam Vos (teclista)

Vincent Pichal (baterista, pianista, trompista e orquestrações)


Ex-membros:

Jan d'Haes (vocalista)

Angela "Wailing" Van Camp (vocalista)

Guy Van Campenhout (vocalista)

Peggy Meeussen (teclista)

Lies Schillebeeckx (violinista)

Sven Goyvaerts (baterista)

Luc Baert (baterista)


Discografia:

Songs of Solace (demo, 2004)

Believe in Angels (demo, 2005)

The Almighty MySpace EP (EP, 2008)

Storm Over Scaldis (álbum, 2009)

Anthems of Conquest (álbum, 2011)



Recomendado para fãs de: Unleash the Archers, Uriel, Jack O' Lantern, Eldengard, SheWolf

Ligações externas: Youtube, Spotify, Apple Music


Solitude Within

Banda: Solitude Within

Género: Metal Sinfónico

Localidade: Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2016-presente


Membros:

Emmelie Arents (vocalista e teclista)

Jean-Paul Laffargue (guitarrista)

Quincy Van Overmeire (guitarrista e vocalista gutural)

Fré Delaey (baixista)

Hans Sarazyn (baterista)


Ex-membros:

Johan Van Criekingen (guitarrista)

Ashley “Ash” Ysewyn (baterista)


Discografia:

Disappear (álbum, 2017)

When Kingdoms Fall (álbum, 2022)



Recomendado para fãs de: Living Shields, Something Wicked, Eleine, Within Temptation, Beyond the Black

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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Fireforce

Banda: Fireforce

Género: Power Metal

Localidade: Antuérpia, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2008-presente

 

Membros:

Matt Asselberghs (vocalista e guitarrista)

Erwin Suetens (guitarrista)

Serge Bastaens (baixista)

Christophe De Combe (baterista)


Ex-membros:

Filip Lemmens "Flyp" (vocalista)

Søren Nico Adamsen (vocalista)

Joeri Brion (guitarrista)

Steve Deleu (guitarrista)

Yves Vermeersch (guitarrista)

Thierry Van der Zanden (guitarrista)

Marcus "Rooky" Forstbauer (guitarrista)

Jan Bracke (baixista)

Pat "MetalPat" (baixista)

Geert Van Dyck (baixista)

Tom De Vriendt "T.H. Bulsara" (baterista)

Tom Heijnen (baterista)

Patrick Sacré (baterista)

Jonas Sanders (baterista)


Discografia:

Moonlight Lady (EP, 2009)

March On (álbum, 2011)

Deathbringer (álbum, 2014)

Annihilate the Evil (álbum, 2017)

The Iron Brigade (EP, 2019)

Rage of War (álbum, 2021)


A banda estiliza o seu nome como FireForce.


Recomendado para fãs de: Grave Digger, Steel Attack, Stilverlight, Primal Fear, Ancient Empire, White Skull

Ligações externas: Página oficial, Bandcamp, Facebook, Spotify

 

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Valkyre

Banda: Valkyre

Género: Metal Gótico

Localidade: Gante, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2004-2022

 

Membros:

Lhana (vocalista)

Pepijn Desmet (guitarrista)

Kris Scheerlinck (guitarrista)

Wouter Verheyen (baixista)

Peter Van Sweevelt (baterista)


Ex-membros:

Mieke Diependaele (vocalista)

Kristell Lowagie (vocalista)

Carolien Groenendaels (vocalista)

Liesbeth Cordia (vocalista)

Claudia Michelutti (vocalista) 

Gert de Groot (guitarrista)

Erik Vanhauwaert (guitarrista)

Fred Stiens (baixista)

Tom Everaert (baixista)

Gaelle Pruvost (teclista e vocalista de apoio)

Nele Colle (teclista)

Cid Jimenez Guisado (violinista)

Joris Derder (violinista e vocalista)

Marcel van Montfort (sanfonista, orquestrador e vocalista)

Matijs Vandenberghe (baterista)

 

Discografia:

On Both Sides We Pray (demo, 2005)

Consolamentum (EP, 2007)

Our Glorious Demise (álbum, 2014)

Riders of the Holy Chair (single, 2016)

A Good Day to Die (single, 2019)

The Laudanum Dysphoria (demo, 2020)

 

 

Recomendado para fãs de: Ardens Luna, Abonos, Poemisia, Crimsong, Evolucija

Ligações externas: Página oficial, Bandcamp, Facebook

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

Gallia

Banda: Gallia

Género: Power metal sinfónico

Localidade: Stevoort, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2014-presente


Membros:

Elyn Vandenwyngaert (vocalista)

Yannick Maris (guitarrista)

Laurens Vandebroek (baixista)

Ties Jehoul (baterista)


Ex-membros:


Davy Coningx (guitarrista)

Dieter Vantilt (baterista)


Discografia:

Everflame (EP, 2019)

Cast it all Away (single, 2020)

Once Upon a December (single, 2020)

Obscura (álbum, 2022)



Recomendado para fãs de: Forbidden Lore, Dark Sarah, Epica, Kate Nord, Rossometile

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segunda-feira, 24 de abril de 2023

In Darkness I Dwell

Banda: In Darkness I Dwell

Género: Metal Gótico

Localidade: Flandres Oriental, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2007-desconhecido


Membros:

Tessa "Angel of Death" Leempoels (vocalista)

Juan Carlos Galdos (guitarrista)

Kenny Meersman (guitarrista)

Italo Alejandro Oneto (baixista)

Eddy "The Vampire" Scheire (teclista [anteriormente, guitarrista])


Ex-membros:

Leen De Munck (vocalista)

Sandy Van Hoof (vocalista)

Caroline Van Even (vocalista)

Walter Baeyens (baterista)


Discografia:

In Darkness I Dwell (EP, 2007)

Odi Et Amo (EP, 2019)


Não se sabe, ao certo, o desenlace da banda. As últimas informações a seu respeito, a público, remontam a 2009, quando Eddy "The Vampire" Scheire anunciou que a banda iria estar num hiato indeterminado e que as gravações do lançamento seguinte teriam lugar no verão de então. Certamente terá sido esse o lançamento Odi Et Amo, somente publicado em 2019.


Recomendado para fãs de: Artrosis, Mortal Love, Fenrir's Scar, Immortal Slave, All Shall End, Hypnotic Waltz

Ligações externas: Página oficial, Bandcamp, Myspace


Days of Samara

Banda: Days of Samara

Género: Metal Sinfónico, Metal Moderno

Localidade: Arlon, Bélgica 🇧🇪

Período em atividade: 2012-presente


Membros:

Laura Hennico (vocalista)

Alwin Depauw (guitarrista e vocalista)

Jerome Champagne (baixista)

Reno Mellow (baterista e vocalista)


Ex-membros:

Ollie Day (guitarrista e vocalista)


Discografia:

Hidden Moonlight (EP, 2015)

Flames to Dust (EP, 2018)

BSSTC (single, 2020)

Laziness (single, 2020)

The Lonely Sands of Time (single, 2021)

Across the Waves (single, 2022)


Recomendado para fãs de: Scarleth, Beyond the Black, Signs of Tranquility, Crimson Sun, Elysion

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domingo, 23 de abril de 2023

Crítica #13 - Longfulness - In a Posture of Solitude...

A música deste álbum do Longfulness é primordialmente instrumental. Salvo por umas breves e quase silenciosas vocalizações sussurradas, que se assumem mais como um elemento sonoro do que propriamente um cantar. Trata-se de um doom metal melódico com um grande enfoque na ambiência que os instrumentos geram, em especial, o piano e a guitarra, acompanhados, consistentemente, pelos efeitos sonoros atmosféricos, que se convertem num panorama de fundo, onde a ação musical se vai desenrolando. Contando também com prolongadas secções acústicas. Esta focalização nos instrumentos traduz-se numa relativa liberdade de abordagem na composição, que se desdobra, não com um ênfase de música progressiva, mas numa prolongação mais natural e fluída.

É um álbum em que as músicas se fazem traduzir na miríade de sensações que nos invocam. Como um autêntico epicédio, surgem-nos sensações de tristeza, de lugubridade, solidão, saudade; mas, ao mesmo tempo, de uma aparente sensação de alívio, ou de intensa confusão mental, de ausência de esperança, de um zénite de melancolia. Mas que se faz acender em criatividade artística. Como se a tristeza fosse um combustível para o desenvolvimento desta produção musical. Embora também possamos associar o desdobramento das cantigas individuais a uma epifania positiva, como se da transição de uma fase de mal-estar para uma de boa vivência se tratasse. Julgamos que a interpretação dependerá do ouvinte.

A música faz-nos pensar num ambiente sombrio, frio de desconsolo e de inconformismo interno. Consiste num processo constante de reanimação das nossas sensibilidades, como se a música fosse uma ponte de empatia emocional com o seu autor. E que, embora não saibamos o que possa ter feito parte dos seus pensamentos, durante a composição do álbum, nós facilmente conseguimos rever-nos e refletir na obra de outrem aquilo que também de emocional nos diz respeito.

Do início ao fim, este álbum surge como uma carruagem infindável de avivamento sentimental, que não poderia ter sido melhor executado sem o requinte e talento musical dos integrantes da banda. Esta musicalidade traduz-se numa tão pura e crua sensação de languidez, mas é também nesses trâmites que se revela uma profunda genuinidade nestas composições. Na transladação artística de algo que todos nós sentimos e que, apesar de ser algo que de certo que não gostemos de presenciar, faz-se florescer numa experiência musical prazerosa.

 

Ficha técnica

Data de lançamento: 6 de junho de 2013

Editora discográfica: Independente

Faixas:

-Lamentations in Nourishment (7:31)

-Restlessness (8:14)

-Forever Endeavour (9:42)

-A Portrait of Forgetfulness (2:41)

-Disillusionment (9:51)

-My Own Vision of Paradise (9:44)

-Simple Unpretentious Elegance of Solitude... (10:05)

 

Créditos:

Husain Shargi (vocalista e instrumentista)

Richard Campbell (mixagem, masterização e produtor [bateria e teclado])

Cameron Gray (ilustração da capa)

Moh'd Salim (logótipo e informação do álbum)


Iced Warm

Banda: Iced Warm

Género: Metal gótico progressivo

Localidade: Tasquente, Usbequistão 🇺🇿

Período em atividade: 2004-?


Membros:

Irina Bedyukhova "Nebelhafte" (poesia, letrista)

Dmitry Bedyukhov "dRaven" (guitarrista e baixista)

Verteletskaya Maria "Estelaje" (teclista, pianista e vocalista de apoio)

Oleg Bogdanov "NeoN" (baterista e vocalista gutural)


Ex-membros:

Max "Zareslav" (vocalista)

Golubkova Galina (vocalista soprano e vocalista de apoio)

Margachyov Dmitry (guitarrista)

Ahmedjanov "IL" Ilnur (guitarrista)

Artemiy (guitarrista)

Vlasov Alexey (guitarrista e baixista)

Ganieva "Kamasutra" Kamila (teclista)


Discografia:

Forever (demo, 2005)

Brutal Opera (demo, 2006)

Requielle (álbum, 2009)


Não existem informações concretas e fiáveis, disponíveis na internet, que nos indiquem se a banda já cessou atividades ou não.


Recomendado para fãs de: Offertorium, Abracadabra, Hypnotic Waltz, Last Performance, Nostra Morte

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sábado, 22 de abril de 2023

Lançamento da semana #12 - Dreamyth - Dreamland

Em conjunto com o lançamento do seu álbum de estreia, a banda espanhola de power metal Dreamyth trouxe ao mundo o vídeo oficial de uma das suas mais interessantes e ilustres faixas. Não só pela evidente demonstração de talento copulada com o génio criativo da banda, mas também pela magnífica contribuição de dois titãs do mundo do power metal: Ralf Scheepers (Primal Fear) e Bob Katsionis. Juntos, constituem uma cantiga afável que agrega, harmoniosamente, melodia e técnica, que nos parecem ser os melhores definidores deste tema.

O conjunto melódico de Dreamland faz-se sentir pela primorosa instrumentação e pelo fenomenal dueto vocal entre Ralf e a vocalista dos Dreamyth, Andrea Carrero. A combinação e execução vocal faz ressoar, com grande vivacidade, o tema triunfante que caracteriza as letras da música e manifestam-se numa sensação de fulgor e vitória que se faz sentir ao longo da música. Além de ser também um desempenho vocal altamente memorável, pois fica no ouvido. Ralf, como de costume, faz-se ouvir pela sua voz imponente e clássica, numa agradável dualidade com a voz mais caridosa e amável de Andrea.

Além disso, a música faz-se também identificar pela proeza dos instrumentistas - concebendo, sempre na sua devida ocasião, secções mais serenas, assim como outras, já mais pujantes e também de maior complexidade instrumental. Esta última característica denota-se com maior proeminência num outro momento de dualidade sonora, em que se conjuga um solo de guitarra e um de teclado, por cortesia de Katsionis. Como se de uma batalha amigável se tratasse, ambos se fazem entrelaçar harmoniosamente.

E um outro aspeto interessante a comentar sobre esta música é a sua capacidade de crescer em nós. Após subsequentes escutas, a música começa a florescer e vai-se tornando cada vez mais atraente e intrigante para o ouvinte. Desperta-nos também curiosidade para conhecer o que de mais a banda possui preparado para nós. Com base nesta música, ficámos já com uma ótima impressão do trabalho da banda, e conhecendo já a competência e criatividade destes músicos, é válido conjeturar que as restantes faixas estarão também pelo mesmo nível, ou, até mesmo, em patamares mais elevados.


Ficha técnica

Data de lançamento: 14 de abril de 2023

Editora discográfica: Rockshots Records

Créditos:

Andrea Carrero (vocalista)

Adrián Carrero (guitarrista, teclista, compositor, produtor e assistente de câmara)

Paolo Andreotti (teclista)

David Macarrilla (baterista e assistente de câmara)

Ralf Scheepers (vocalista)

Bob Katsionis (solo de teclado)

Dani González (co-produtor, mixagem e masterização)

Oscar Fernandez (assistente de câmara e editor de vídeo)


Dreamyth

Banda: Dreamyth

Género: Power metal melódico

Localidade: Espanha 🇪🇸

Período em atividade: 2020-presente


Membros:

Andrea Carrero (vocalista)

Adrián Carrero (guitarrista)

German Peiró (baixista)

Paolo Andreotti (teclista)

David Macarrilla (baterista)


Discografia:

Aletheia (álbum, 2023)

 

 

Recomendado para fãs de: Eternal Dream, Sunrise, Ignys, Force Majeure, Symfonia

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Roar of Heroes

Banda: Roar of Heroes

Género: Metal Sinfónico

Localidade: Camarões 🇨🇲

Período em atividade: 2016-2020


Membros:

Anarchist 1st (vocalista e guitarrista)

Azra Freyja (vocalista, guitarrista e teclista)


Discografia:

The Obsessive Impostor (EP, 2017)

The Obsessive Impostor (EP, 2020)


Recomendado para fãs de: Nachtmuse, Sinheresy, Sonetos, Fenrir's Scar, Imperial Age

Ligações externas: Facebook, SoundCloud, Youtube, Entrevista


sexta-feira, 21 de abril de 2023

Longfulness

Banda: Longfulness

Género: Doom metal melódico, Post-Rock

Localidade: Barém 🇧🇭

Período em atividade: 2010-presente


Membros:

Husain Shargi (vocalista e instrumentista)


Discografia:

In a Posture of Solitude... (álbum, 2013)

Paean (álbum, 2019)



Recomendado para fãs de: Anima, Northern Sky, My Dying Bride, 3,14..., Aporya

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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Among the Mist

Banda: Among the Mist

Género: Power Metal

Localidade: Andorra-a-Velha, Andorra 🇦🇩

Período em atividade: 1999-2002


Membros:

Jaime Ribolleda (vocalista)

Oriol Garcia (guitarrista)

Eugenio Serrano (baixista)

Aleix Dorca (baterista)


Discografia:

The Call of Ares (demo, 2002)


Recomendado para fãs de: Crystal Dragon, Antares, Mythos, Armageddon Rev 16:16

Ligações externas: RateYourMusic


quarta-feira, 19 de abril de 2023

3,14...

Banda: 3,14...

Género: Doom Metal, Metal Gótico

Localidade: Baku, Azerbaijão 🇦🇿

Período em atividade: 2006-2015


Membros:

Emin Kerimov (vocalista e guitarrista)

Max Kochetov (vocalista e baixista)

Kenan Habibov (teclista)

Yagub Kuliev (baterista)


Ex-membros:

Nurana Aliyeva (vocalista)

Elshan Aliyev (guitarrista)

Timur Huseynov (guitarrista)

Tair "Tyomnyi Gospod'" Mamedov (guitarrista)

Emin Hasanov (teclista)

Ramin Sadıqov (baterista)

Sabir Najafli (baterista)

Ilyas Ahmed-Zade (baterista)


Discografia:

Э​т​о т​о​л​ь​к​о н​а​ч​а​л​о vol​.​1 (demo, 2006)

Это только начало vol.2 (demo, 2007)

Неизбежность (álbum, 2009)

Вперёд/Обратно (álbum, 2010)

Похороны лучшего друга (álbum, 2012)

Хроники смертника (álbum, 2014)


Entre 2002 e 2006, o projeto era conhecido como Alma Mater, que contava com a participação de Emin Kerimov (vocalista e guitarrista), Max Kochetov (vocalista e guitarrista), Seva Aliyeva (vocalista) e Vadim Alekberov (baterista).


Recomendado para fãs de: Draconian, Smothering Silence, Shivered, Rising Sunset, My Silent Wake

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terça-feira, 18 de abril de 2023

Merlock

 

Banda: Merlock

Género: Power Metal, Groove Metal

Localidade: Colombo, Sri Lanka 🇱🇰

Período em atividade: 2006-2011


Membros:

Dumidu Handakumbura (vocalista e guitarrista)

Shanik Makalanda (baixista)

Niroshan De Costa (baterista)


Ex-membros:

Sajith Ranasinghe (guitarrista)

Tharindu Jayasingha (baixista)

Dimuthu Fernando (baixista)

Mikal (baixista)

Ravindu Wijesekara (baixista)


Discografia:

Crimson Skies (EP, 2007)


Entre 2005 e 2006, a banda era conhecida como Leech e tocava nu metal.


Recomendado para fãs de: Iced Earth, Beholder, Arthemis, Asuryan, Ancestral

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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Crítica #12 - Everdawn - Cleopatra

Há certas bandas e músicas que nos marcam. Aquilo que persiste na nossa memória, pela positividade, é algo que tendemos a entrelaçar a uma plêiade de agradáveis momentos da nossa vivência, e que persistem para a posterioridade. De certo que toda a música de que gostamos faz sortir este efeito de pontificação, mas talvez somente alguns casos excecionais se destaquem, pela amplitude da sua relação com as boas vivências e singelas boas memórias, copuladas com os mais elevados patamares de qualidade artística.

O álbum de estreia dos Everdawn é uma das mais ilustres representações desse fenómeno. Uma banda cuja música nós associamos àquilo que nos é benfazejo e que é sonoramente maravilhoso, carregando consigo uma dupla importância para esta experiência de apreciação artística. Que não é unicamente a apreciação do momento, mas também o alegre reviver do passado e o acolhimento da nostalgia. Cleopatra é mais do que uma peça musical acima das mais supremas escalas de magnificência, é toda uma experiência louvável e cristalizada para a eternidade. É uma sensação de conforto, de empatia, de emoção e de felicidade.

E o fator principal que tornou esta banda numa das nossas mais recorrentes preferências foi, sem dúvida, a qualidade e pujança da sua música. Falamos de um álbum que, do início ao fim, se traduz numa autêntica obra de arte fascinante, de uma composição e música atemporal e imensuravelmente bela. Os Everdawn elevam o potencial do metal sinfónico a um patamar de incomparável superioridade, patente na instrumentação e nos vocais.

A instrumentação é de uma tecnicidade impressionante, precisa, com diversas sensibilidades progressivas, numa composição que complementa, engenhosamente, a intensidade do metal com a acessibilidade, melodia e grandiosidade do metal sinfónico. As orquestrações são notavelmente predominantes ao longo do disco e assumem uma imensa variedade de efeitos sonoros que se vão desenhando no decorrer da música. Sendo executadas com o máximo de ambição, contribuem para constituir toda uma atmosfera marcadamente etérea e transcendental, que engloba e se inter-relaciona lindamente com a instrumentação metálica. Esta combinação instrumental é absolutamente divinal e transcreve-se numa sensação de pasmo ao ouvinte, que é simplesmente inevitável por ser tão magnífica.

E o outro grande elemento definidor da musicalidade e identidade dos Everdawn é a voz de Alina. A sua proeza vocal é impressionante. Ela consegue facilmente transitar entre diversos registos vocais que vão ditando o desenvolvimento da música. E além deste aspeto mais técnico, há que destacar, invariavelmente, a imensurável lindeza e potência da sua voz. Alina é uma vocalista magnífica e a sua voz é carregada de uma forte emoção e carisma que, conjugada com a sua versatilidade, cria a receita para a perfeição. Além de também intensificar e personalizar o conteúdo lírico das músicas, exponenciando a magnificência já pré-existente das canções, a um novo grau de requinte.

É, sem dúvida, das mais belas e maravilhosas vozes que já passaram por nós. É uma voz sirénica, absolutamente encantadora e divinal, como uma presença miraculosa que abençoa a nossa audição com a mais esplendorosa e amável execução vocal possível.

Adicionalmente, as várias faixas do álbum possuem elementos sonoros, tanto vocais, como instrumentais, aparentemente mais discretos, que se vão revelando aos poucos, por cada vez que repetimos a sua escuta, que se desdobram de uma forma tão espontânea, que maravilham, consistentemente, a nossa experiência auditiva. É um exercício que demonstra a profunda proficiência, genialidade e criatividade artística destes músicos, que nunca deixa de se embelezar e revitalizar em nenhuma ocasião.

Esta é uma conjuntura que atestamos em todas as faixas do álbum. Além do facto de que todas elas são extremamente soberbas. Não existe rigorosamente nada fora do lugar, exagerado ou em falta. É como se todo o álbum tivesse sido esculpido por um autor renascentista. E é o que faria sentido, visto tratar-se de uma tentativa de captar a maravilha da essência humana através da arte - é precisamente isto o que os Everdawn fazem. Exponenciar o seu génio criativo num esforço coletivo de produção artística que externaliza o esplendor dos seus talentos e potenciais individuais. A consequência é a criação de uma maravilha artística, majestática, triunfante e musicalmente perfeita, que tão conveniente se faz representar pela real figura de Cleópatra. É um trabalho que merece todo o bom elogio e mesura possíveis, que reúne tudo aquilo que podemos, sem qualquer insistência, categorizar como uma ufana e épica obra de arte que sinonimiza com a perfeição e se encima, com todo o devido esplendor, nos supremos escalões de excelência artística.

Numa nota conclusiva, não podemos também deixar de expressar o quão gratificante e honroso é constituir um pequeno espaço de destaque e homenagem aos Everdawn neste blogue, tendo sido também uma das nossas primordiais fontes de inspiração para este projeto. Retomando as referências iniciais desta publicação, Cleopatra não é somente um álbum de estúdio, mas toda uma enriquecedora e solene experiência; não somente o expoente máximo da potencialidade do metal, mas também do mundo da música, na sua vasta globalidade e que merece ser celebrado com todo o seu fulgor.


Ficha técnica

Data de lançamento: 5 de fevereiro de 2021

Editora discográfica: Sensory Records

Faixas:

-Ghost Shadow Requiem (5:41)

-Stranded in Bangalore (3:25)

-Cleopatra (5:37)

-Your Majesty Sadness (4:54)

-Infinity Divine (4:03)

-Pariah's Revenge (4:22)

-Lucid Dream (4:02)

-Heart of a Lion (4:18)

-Toledo 712 A.D. (2:25)

-Rider of the Storm (4:10)

-The Last Eden (4:59)


Créditos:

Alina Gavrilenko (vocalista e letrista)

Richard Fischer (guitarrista)

Mike LePond (baixista)

Boris Zaks (teclista)

Dan Prestup (baterista)

Thomas Vikström (vocalista convidado, em Your Majesty Sadness)

Dan Swanö (mixagem e masterização)

Gyula Havancsák (ilustração da capa)


Darkest Place

Banda: Darkest Place

Género: Metal Gótico

Localidade: Maputo, Moçambique 🇲🇿

Período em atividade: 2006-2010

 

Membros:

Pinto Helder "Course" (vocalista)

Luana Jane (vocalista)

Roger Pinhal "Metal Slave" (guitarrista)

Mike da Costa "Michael Grim" (guitarrista)

Rui "Psycho" (baixista)

Zé Pinhal "Zezinho Gothic Boy" (teclista)

Edgar "Goro Fast" (baterista)


Ex-membros:

Mariana (vocalista)

Gerson (baixista) 

Harris (baixista)

Joelle (baixista)

Stino Matelle (baterista)

Papito "Stuped" (baterista)

 

Discografia:

E.P (EP, 2009)


A banda tinha planeado um álbum, intitulado de Ashes of the Earth, certamente planeado para 2010, mas que não foi lançado.


Recomendado para fãs de: Darcanum, I Miss My Death, Anabantha, Anzeria, Trees of Eternity

Ligações externas: Página oficial, Youtube, Grupo no Facebook


O nosso primeiro aniversário

Olá a todos os nossos seguidores. Esperemos que esteja tudo bem convosco.

Hoje, dia 17 de abril de 2023, marca-se o primeiro aniversário do Sinfonias Etéreas, apesar do blogue só ter estado verdadeiramente ativo durante uma pequena parte da sua existência. E aproveitando este ritmo de atividade, iremos celebrar, de forma bem singela, o primeiro ano de vida do Sinfonias, com umas breves novidades que iremos apresentar, já hoje.

A primeira é que iremos partilhar a crítica a um álbum nosso favorito, de uma banda que nos é muito especial e, sem dúvida, uma das nossas principais inspirações para a fundamentação deste blogue;

A segunda é que, como já viram, não iremos ter um país específico para navegar, no decorrer desta semana. Uma vez que notámos que nem todos os países possuem o mínimo de três bandas elegíveis para elencar no blogue, achámos por bem navegar por alguns países que só possuem uma ou duas bandas do género. De modo que iremos publicar sobre algumas preciosidades exóticas pelo mundo fora que vocês certamente também gostarão.

E é claro, também, da nossa parte, uma solene nota de agradecimento a todos os seguidores do blogue pelo apoio de sempre!

Posto isto, vemo-nos em breve, e mantenham-se antenados!

domingo, 16 de abril de 2023

Crítica #11 - Stillborn - Thy Feeble Soul

O único álbum de estúdio da banda maltesa Stillborn oferece-nos um metal gótico bem simples e tradicional, mas apaixonante. Com uma pegada ligeiramente influenciada por uma sonoridade doom, os Stillborn fazem ouvir a sua música através de uma conjugação de uma instrumentação melancólica e soturna, com ricas melodias de guitarra e de teclado, e com a excelente execução vocal de Diane Castillo.

A produção do álbum, cujos resultados poderão ter sido deliberados ou não, manifesta-se numa instrumentação um pouco rígida, quase rochosa, mas convenientemente captadora de uma sensação rústica e cavernosa e simultaneamente eutímica. Concebe uma sonoridade bem característica e agradável de um metal gótico com uma estética poética mediterrânea e quase medievalista - o que julgamos bem conveniente, dado o inspirador histórico da nação maltesa.

Esta composição instrumental é uberada com os emotivos vocais de Diane, que carregam consigo um sentimento bem vívido de amargura e com uma pronúncia inglesa bem própria, que contribui para gerar uma encantadora singularidade à sua interpretação lírica. Além disso, contamos também com a presença de um vocal masculino, que, felizmente e ao contrário de uma considerável porção de bandas de metal gótico, não faz uso de vocais guturais, mas antes, de um vocal imponente e ríspido, coadunante com todos os outros elementos da música e gerador de um verdadeiramente ótimo contraste vocal (ainda que só surja ocasionalmente).

Apesar de ser um lançamento promissor, o álbum não teve seguimento e os Stillborn separaram-se, eventualmente, ainda que tenham manifestado a sua vontade para um segundo álbum. Para todos os efeitos, Thy Feeble Soul constitui-se como uma bela cristalização do legado da banda maltesa e um verdadeiro clássico do metal gótico, a ser apreciado pelos fãs mais tradicionalistas do género.


Ficha técnica

Data de lançamento: 29 de agosto de 2007

Editora discográfica: Independente

Faixas:

-Thy Feeble Soul (7:36)

-Twisted Faith (7:58)

-Rites of Passage (6:54)

-Broken Circle (5:25)

-Silent Words (7:38)

-Cross of Fire (7:51)


Créditos:

Diane Castillo (vocalista)

Raphael Grech (guitarrista)

Mario Cassar (guitarrista)

Chris Grillo (baixista)

Jade Brincat (teclista)

Brendan Cutajar (baterista)


Estes músicos não faziam parte da banda à data do lançamento do álbum, mas são creditados como tendo participado no mesmo:

Julian Cardona (vocalista)

Jean-Paul Galea (baixista)

Robert Camilleri (teclista)

Clive Bonavia (baterista)